Agora já são dois volumes do seu livro “A Ordem Mundial em Mudança”. A segunda parte foi lançada hoje e nela Ray Dalio foca o estudo na ascensão dos EUA como principal potência mundial.
Ele analisa o estabelecimento da era americana começando em 1945 e avalia onde o país está hoje em seu arco como potência mundial.
Ray acredita que estudar a ascensão e queda das potências mundiais é incrivelmente importante agora porque a maneira como os países responderem a COVID-19, determinará diretamente seu status na nova ordem mundial.
O domínio dos EUA e a riqueza relativa estão em declínio na nova ordem mundial
O estudo se concentra na segunda metade da era americana e discute como o domínio e a riqueza relativa dos EUA estão diminuindo, enquanto as rivalidades estão se intensificando sob o presidente Trump.
As rivalidades são visíveis nas negociações com aliados, como Europa e Japão, no comércio e pagamento de gastos militares, bem como na relações com rivais internacionais, como China e Irã.
Estes últimos conflitos com a China sobre comércio, tecnologia, geopolítica e capital são os mais importantes, vem se intensificando e não são vistos desde as sanções econômicas do tempo antes da Segunda Guerra Mundial (década de 1930).
Moeda de reserva
A capacidade de um país imprimir dinheiro e ter ele aceito pelo mundo é um luxo apenas da moeda de reserva mundial (atualmente o dolár americano) possui e é o poder econômico mais valioso que um país pode ter. No entanto, um país precisa manter reservas consideráveis para ter “dinheiro mundial” suficiente.
Atualmente, os EUA são muito poderosos porque podem imprimir o dinheiro do mundo, mas ficariam muito vulneráveis se perdessem esse status.
Ray observou que o último indicador de uma potência mundial em declínio é sua moeda sair de moda. O passo final para esse declínio é quando um país desvaloriza sua moeda, o que os EUA estão fazendo justamente agora.
Taxas de juros
Durante a crise financeira de 2008, as taxas de juros foram reduzidas até atingir 0%. Com o dinheiro emprestado praticamente gratuito, investidores e corporações se aproveitaram disso para elevar os preços das ações e os lucros das empresas.
No entanto, o dinheiro não se distribuiu proporcionalmente e a diferença de riqueza aumentou como resultado. Essa lacuna só foi intensificada como resultado do COVID-19 e hoje é a maior desde o período 1930-45.
Se não for bem resolvido, esse problema resultará em aumento das tensões geopolíticas globalmente e em conflitos domésticos, que já estamos vendo emergir neste verão.
Poderio militar
Em 1945, os EUA eram claramente o único poder militar dominante que não podia ser ameaçado por outros.
No entanto, nos últimos 75 anos, isso mudou e hoje há uma chance significativa de os EUA perderem conflitos contra a China e a Rússia (afirma Dalio) em suas áreas geográficas de força, além de serem potencialmente prejudicados por outras potências de segundo nível, se houver um conflito.
Esse artigo é um resumo traduzido do post DALIO: SIGNIFICANT CHANCE THE U.S. COULD LOSE WARS AGAINST CHINA AND RUSSIA. Acesse aqui o link para ver o original e apoie o criador de conteúdo.
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